domingo, 29 de novembro de 2015

Muito além da tristeza


Dor de cabeça e distúrbios gastrointestinais podem acompanhar o quadro


A depressão caracteriza-se como uma doença em que ocorrem desequilíbrios químicos dos chamados neurotransmissores. Essas substâncias são responsáveis por transportar as informações pela rede de neurônios de nosso cérebro - incluindo as sensações de prazer, serenidade, disposição e bem estar. "A depressão irá afetar neurotransmissores como serotonina, dopamina, noradrenalina e melatonina, que interferem justamente nesses sentimentos", afirma o psiquiatra Luis Gustavo Brasil, da Clínica Maia. Esse desequilíbrio químico pode desencadear uma série de respostas e em diversas funções do organismo, e as consequências são os sintomas que já conhecemos: tristeza, apatia, falta de motivação, dificuldade de concentração, pessimismo, insegurança e muitos outros.
Além dos sintomas psicológicos tão conhecidos da depressão existe um grupo de sensações físicas que também cursam com a doença. Se não for tratada, a depressão se agrava, causando sintomas que nem sempre são relacionados à doença. Confira algumas sensações físicas que podem acompanhar o quadro depressivo e quando buscar ajuda:

Problemas digestivos

Quando o individuo está em depressão, há uma baixa na produção dos neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina. "Esses mediadores são responsáveis pela modulação da dor e também pelo equilíbrio emocional, portanto um paciente depressivo apresenta maior sensibilidade à dor", explica a psicóloga e psicanalista Priscila Gasparini Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP).
A dor na parte gastrointestinal é muito comum em depressivos. Segundo a especialista, há muitas vezes a ocorrência da síndrome do intestino irritável, que causa dores abdominais, flatulência e mudanças do hábito intestinal. "Pacientes podem chegar ao gastroenterologista com esses sintomas e, após vários exames clínicos, são diagnosticados como de fundo emocional."

Dor de cabeça

A depressão também pode motivar dores do tipo cefaleia. "Há o cenário que chamamos de somatização, no qual o indivíduo com depressão acumula sintomas emocionais, frustrações, medos e inseguranças e descarrega no corpo", afirma a psicóloga Priscila. "Vale ressaltar que é um processo inconsciente, ou seja, o individuo não tem controle sobre isso, e deve procurar ajuda profissional."

Distúrbios do sono

Distúrbios do sono são bem comuns: ou o paciente dorme demais, buscando no sono uma fuga da realidade, ou não consegue dormir, por não conseguir se desligar dos problemas que o levaram a depressão. Em ambos os casos, o resultado é um sono de má qualidade. "O paciente não se recupera o suficiente para as atividades que deve exercer, o que explica a piora da do rendimento e da produtividade", lembra o psiquiatra Luis Gustavo Brasil, da Clínica Maia.

Tensão na nuca e nos ombros

Como consequência do processo de somatização, o paciente depressivo fica constantemente em estado de alerta - e isso se reflete em tensão na musculatura, principalmente da nuca e ombros. "A ansiedade e nervosismo para resolver as questões emocionais estão frequentemente associadas a esses sintomas", diz a psicóloga Priscila.

Cansaço ou fadiga

"A falta da produção adequada dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina gera uma prostração muito grande em pacientes", conta Priscila Gasparini Fernandes. O resultado são sintomas como fraqueza, cansaço, falta de ânimo e falta de iniciativa para executar qualquer atividade.

Mudanças no apetite e no peso

A depressão é frequentemente associada a transtornos alimentares. Isso porque a doença leva a alterações no apetite, podendo ocorrer a falta ou o excesso deste, culminando em perda ou ganho de peso. "As reações são individuais, é necessário apenas observar que o comportamento não está normal para aquela pessoa e orientá-la a buscar ajuda", explica a psicóloga Patricia.
A especialista ressalta ainda que quadros de anorexia e bulimia são diferentes de depressão, e como tal devem ser tratados separadamente. Há casos em que o paciente já diagnosticado com transtornos alimentares desenvolve um quadro depressivo, mas não se sabe quais são os gatilhos para essa relação. Portanto, é necessário prestar atenção tanto nas mudanças de apetite do paciente com suspeita de depressão quanto em sinais depressivos nas pessoas que já tratam transtornos alimentares.

Dores no corpo

Pacientes com depressão muitas vezes se queixam de dores generalizadas e persistentes no corpo todo, principalmente nas costas e peito. "Os sintomas de fadiga e cansaço próprios do quadro depressivo acabam comprometendo uma postura adequada quando o indivíduo tenta realizar suas atividades diárias, piorando a sensação de tensão e dores musculares", explica psiquiatra Luis. Sedentarismo e a falta de atividades físicas podem tornar o quadro ainda mais intenso.

Imunidade baixa

A depressão leva o indivíduo à prostração - ele não se sente bem fisicamente e mentalmente. Isso pode, de maneira indireta, interferir na imunidade. "Ocorre uma liberação descontrolada de hormônios quando não estamos bem emocionalmente, afetando as células de defesa", diz Priscila Gasparini Fernandes. Além disso, a tristeza e falta de iniciativa para realizar atividades pode fazer com que o paciente não tome os devidos cuidados com a saúde, adotando comportamentos de risco como ingestão excessiva de álcool, tabagismo, uso de drogas, má alimentação e sedentarismo - todos fatores que interferem diretamente na imunidade, deixando o indivíduo mais vulnerável a infecções oportunistas, como gripes, resfriados e herpes.


Fonte: http://www.minhavida.com.br

domingo, 15 de novembro de 2015

A importância do psicólogo no tratamento da depressão



O tratamento da depressão envolve, geralmente, o uso de certos antidepressivos e sessões de terapia. Os medicamentos nem sempre são necessários, mas, sem as sessões de terapia, é muito difícil chegar à cura da depressão.
O médico, quando diante de uma depressão, tende a agir a nível bioquímico, ou seja, ele receita medicamentos capazes de corrigir uma disfunção. O psicólogo, no entanto, vai agir mais a nível comportamental, procurando entender os pensamentos, as crenças e as inseguranças da pessoa, de forma a corrigir o que está provocando tal disfunção.
O psicólogo é importante para o tratamento da depressão, pois, caso contrário, estaríamos resolvendo somente o resultado do problema, ou seja, os sintomas, e não o problema em si. O que leva uma pessoa a agir de determinada forma? Isso só se entende, minimamente, através das atitudes, da fala, dos pensamentos e da conversa. O psicólogo atua no sentido de corrigir pensamentos distorcidos, irrealistas e automáticos. É preciso que estas formas de pensar sejam substituídas por outras mais realistas e saudáveis.

O que se trabalha na terapia?



Durante as sessões de terapia, o profissional tentará identificar quais problemas na vida da pessoa estão fazendo com que ela se sinta de tal forma deprimida. Com isso, pode-se recorrer a opções que tenham como intuito melhorar o estado emocional desta pessoa.
Portanto, o psicólogo é fundamental para o tratamento da depressão. Sem a terapia, o tratamento fica na superfície, somente bloqueando os sintomas, sem agir na real causa do problema. É muito importante que pessoas deprimidas encontrem um sentido na vida. Compreender os padrões de pensamento de uma pessoa com depressão é fundamental para o tratamento, assim como compreender as regras criadas por ela e as lógicas distorcidas de pensamento. Por exemplo, pessoas deprimidas tendem a se manter isoladas de outras. Durante a terapia, o psicólogo pode estimular o paciente a realizar tarefas que façam ele se sentir especial e importante, com isso, menos deprimidas.

Fonte: site saúde medicina


domingo, 8 de novembro de 2015

Rivotril, a droga da "paz" química



Em 2007, foram vendidas no Brasil 29 mil caixas de clonazepam, princípio ativo de medicamentos como o Rivotril. Hoje são mais de 23 milhões

Segundo a Anvisa, o consumo brasileiro do princípio ativo do Rivotril, o clonazepam, em 2007 era de 29 mil caixas por ano. Em 2015, este número atingiu os 23 milhões, de acordo com a IMS Health. O crescimento significativo em pouco tempo desperta as suspeitas de uso excessivo e desnecessário por parte de especialistas.
Com a promessa de aliviar as pressões e as ansiedades cotidianas, psiquiatras e médicos em geral receitam o remédio tarja preta, ou seja, que pode causar dependência física e psíquica, mesmo que o paciente não apresente um caso clínico de ansiedade.
Agravando a situação, o medicamento tem um valor relativamente baixo. A reportagem deCartaCapital chegou a encontrar caixas a R$ 4. As mais caras são vendidas por cerca de R$ 20.
O clonazepam, princípio ativo do medicamento Rivotril, do laboratório farmacêutico Roche, pertence à classe farmacológica das benzodiazepinas, que agem diretamente sobre o sistema nervoso central, afetando a mente e o humor. 
Os ansiolíticos à base de clonazepam são as substâncias mais consumidas no Brasil entre os 166 princípios ativos de remédios tarja preta segundo o Boletim do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controladosda Anvisa, entre 2007 e 2010.
Rivotril tem entre seus usos o controle de distúrbios epilépticos e casos graves detranstornos de ansiedade, como a Síndrome do Pânico. Sempre em situações pontuais e pelo menor tempo possível.
“O Rivotril, de modo geral, é uma medicação segura e eficaz para o que se propõe, e pode ser de grande benefício quando bem receitado”, explica o médico psiquiatra Plinio Luiz Kouznetz Montagna, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e ex-professor da Universidade de São Paulo, com passagem pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres.
No entanto, segundo Montagna, seu uso tem sido banalizado. O psiquiatra explica que usar o Rivotril para apaziguar sintomas sem dar atenção às origens dos mesmos pode mascarar quadros mais graves, porque a ansiedade pode ser primária ou derivar de outras condições, como depressão e psicoses, que exigem outros tipos de tratamento.
Montagna esclarece que as manifestações da ansiedade podem ocorrer tanto na esfera psíquica (sentimento opressor, antecipação de perigo etc) como no corpo (dispneia, insônia, taquicardia). Já as causas da ansiedade podem derivar de elementos biológicos, psicológicos, socioculturais e do desenvolvimento individual em um contexto familiar determinado.
Prateleira-de-medicamentos
O Rivotril é o mais vendido principalmente por seu baixo custo / Crédito: Flickr Commons/Governo de Itanhaem
O psiquiatra considera a ansiedade como fundamental para sinalizar um perigo e necessária para a saúde psíquica. “Costumo comparar com o funcionamento de um violão. É preciso um nível de tensão das cordas adequado para que a música aconteça. Se as cordas estiverem frouxas, não sai música. Se demasiadamente estiradas, podem até a romper. Assim é a ansiedade em relação ao funcionamento mental humano”.
No entanto, quando a reação a um estímulo passa a ser desproporcional é que há um transtorno de ansiedade, como explica o conselheiro do Cremesp Mauro Gomes Aranha de Lima. “Viver em grandes centros urbanos gera, naturalmente, um sentimento de ansiedade por deixar as pessoas estejam constantemente em alerta, estressadas. E isso não é necessariamente um transtorno de ansiedade. Mas esses fatores podem desencadear um transtorno em quem já tem certa tendência a isso”.
Como exemplo de reação além da necessária a um estímulo, Lima descreve a situação em que alguém vê uma faca ou está em um elevador apertado e isso desencadeia uma crise de pânico. Ou quando, ao cumprimentar alguém e sentir um pouco de suor, ter que lavar as mãos excessivamente depois.
Em relação à vida urbana de que Lima fala, Montagna lembra o epidemiologista inglês Richard Wilkinson, cujos trabalhos são utilizados pela ONU e a OMS: “o binômio inclusão - exclusão a grupos, pequenos ou grandes, está em questão.
Os estudos de Wilkinson observam que o fator que importa em termos de ansiedade e saúde mental, consumo de drogas, criminalidade, e diversos outros índices de bem estar social é a diferença de renda entre os mais ricos e os mais pobres. Quanto mais equitativa a sociedade, menor a prevalência de ansiedade e de transtornos mentais”.
Montagna pondera que, se essa é a situação em países do primeiro mundo, a questão deve tornar-se muito mais aguda e possivelmente mais dramática em países como o Brasil, com uma grande desigualdade social. “Com a desigualdade, nos índices de saúde, saúde mental e social, o prejuízo, o sofrimento não é só dos pobres, mas também dos ricos. O prejuízo da desigualdade é de todos”.
Surgimento e abstinência
O surgimento dos atuais tranquilizantes é atribuído a Leo Sternbach, que trabalhava para Hoffmann - La Roche e patenteou mais de 241 inovações químicas, tornando a Roche uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo.
Ele foi responsável por desenvolver os primeiros tranquilizantes à base de benzodiazepínicos, substituindo os barbitúricos desenvolvidos no começo do século passado (como o Gardenal) perigosos por terem a dosagem fatal próxima à dosagem para o tratamento. Em 1960, Sternbach lançou o Librium e, três anos depois, o Valium, mais simples e mais potente.
Valium
Comprimido de Valium, da Roche
“Mães precisam de alguma coisa hoje para acalmá-las. E mesmo que ela não esteja realmente doente, há uma pequena pílula amarela”, diz a música dos Rolling Stones lançada em 1966 em referência ao Valium, quando os tranquilizantes já estavam popularizados nos Estados Unidos.
Hoje, Medley, Sanofi, Pfizer, Aché e Farmasa são alguns dos laboratórios que produzem ao menos um medicamento à base de benzodiazepinas no Brasil, além das versões genéricas dos princípios ativos. O Rivotril, da Roche, contudo, é um dos mais conhecidos.
Dados obtidos pela reportagem da Folha de S. Paulo em 2011 e 2012 mostram que, dentre todos os medicamentos, tarja preta ou não, o Rivotril foi o sexto mais vendido no Brasil. Na época, o Rivotril era responsável por 77% das vendas de ansiolíticos -- 14 milhões de caixas por ano. 
O levantamento foi feito a pedido do jornal pela IMS Healt, a empresa que audita o mercado farmacêutico no país. Procurado pela reportagem de CartaCapital, contudo, a IMS Health afirmou que este tipo de levantamento não está mais disponível para a imprensa.
Em 2007 foram consumidas 29 mil caixas de medicamentos à base de Clonazepam (princípio ativo do Rivotril) no Brasil. Três anos depois, em 2010, esse número superou os10 milhões, de acordo com a Anvisa. 
Já entre setembro de 2014 e agosto de 2015, o consumo de todos os medicamentos à base de Clonazepam subiu para mais de 23 milhões, de novo de acordo com os dados da IMS Health.
“No fim do século passado prescrevia-se Dienpax a todo o momento. Hoje isso ocorre com o Rivotril”, analisa Montagna. Lima acredita que o uso acima das necessidades reais desse tipo de medicação acontece porque não há a necessidade de que um especialista o receite.
“É uma forma de melhorar rapidamente a ansiedade e, de alguma forma, o paciente institui aquele remédio como uma constante – esse é o cuidado que devemos ter, para não usar cronicamente. E vale lembrar: jamais em proximidade com bebidas alcoólicas, porque potencializa o efeito sedativo”.
O psiquiatra também alerta para a perda do efeito ao longo do uso crônico, uma tendência das benzodiazepinas. “Para obter o mesmo efeito é preciso aumentar progressivamente as doses. A questão é que a retirada dos benzodiazepinas quando é usado por longo tempo, deve ser gradual, porque pode gerar síndrome de abstinência”.

Como combater o uso excessivo?
Para contornar a situação, Montagna ressalta a necessidade de trabalhar mais, na educação médica, a relação médico-paciente e a valorização de aspectos humanos da Medicina. Ele afirma que percebe que muitos médicos não têm ferramentas para lidar com o paciente a não ser através da medicação. “Mas de todo modo não se perca de vista que o Rivotril tem suas qualidades em quadros de ansiedade, eventualmente como coadjuvante de antidepressivos e para a epilepsia”.
Lima, como conselheiro do Cremesp, afirma que eles procuram fazer uma educação médica continuada, levando aos médicos não psiquiatras os melhores meios de utilizar essas medicações. “Existem maneiras de a vigilância sanitária mapear prescritores muito exagerados de tranquilizantes e, por vezes, a gente chama esse médico no Conselho e alertamos sobre esse uso indiscriminado. Mas é a qualidade da formação médica que evidentemente precisa melhorar no nosso país”.
Lima observa que alguns tratamentos de ansiedade precisam de um ou dois anos de medicação, mas que não devem ser usados os benzodiazepinas e, sim, outro grupo de medicações mais adequado para tratamentos de longa duração.
No entanto, nem eles são capazes de curar o transtorno de ansiedade definitivamente. “São muito importantes no tratamento da ansiedade todos os métodos psicoterápicos. E cada tipo de ansiedade existe terapias adequadas. Então a psicoterapia é o tratamento mais que tem resultados mais sustentados e deve ser feito concomitantemente ao tratamento farmacológico, sempre objetivando interromper a medicação depois de algum tempo”.
Procurada por CartaCapital, a Roche enviou a seguinte nota: "A Roche, fabricante de Rivotril (clonazepam), esclarece que as vendas do medicamento permanecem estáveis nos últimos anos no Brasil, embora a classe terapêutica CT4 e a substância clonazepam tenham crescido recentemente. A companhia reitera que somente o médico pode prescrever o medicamento, por meio de uma receita retida e controlada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), considerando necessidades médicas de cada paciente. A Roche segue a legislação nacional que regulamenta a promoção e a venda de seus medicamentos comercializados no Brasil".


Fonte: Revista Carta Capital

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Lady Gaga fala sobre Depressão e da importância de aprender a dizer "não".


Durante uma entrevista, Lady Gaga fala sobre como a Depressão e a Ansiedade mudaram sua vida, comenta sobre o uso de antidepressivos, tratamentos alternativos e como precisou mudar sua postura ao lidar com  as coisas e como isso mudou sua vida, fala sobre a necessidade que sentiu de dizer "não" para uma série de situações e os impactos disso para ela.

Assista ao vídeo: